sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Infância

Lembro-me que quando criança, o colorido das luzes nos parques de diversões me fascinavam. Os pisca-piscas natalinos. O cheiro de bolo de chocolate. Na minha infância, tudo era absorvido com tanta atenção, sentido com tanto apreço. As coisas me fascinavam, me encantavam. Eu era facilmente impressionável. Sorria a algum novo invento. Saboreava as novas músicas e danças pela televisão com a simplicidade de criança. Ria gostosamente com qualquer piada, quando estava feliz. Era fácil estar feliz. Sempre existia alguma brincadeira. Eu brincava!

Cresci e não teve jeito, conheci o outro lado do viver. O lado onde os problemas, as decepções, os sonhos que ficam pelo caminho, a batalha pelo dinheiro que paga a sobrevivência e garante lazeres ocupam a maior parte de nossos pensamentos e ações.

E é triste ver as crianças de hoje não vivendo suas vidas de criança. Amadurecendo tão cedo. Falando como adultos e vivendo toda violenta realidade que me era escondida ou mascarada. Posso dizer que fui protegida do mal. Fui poupada do ruim. Do amargo, do difícil. Devo agradecer à minha mãe por isso, por ter me livrado por algum período dessa morbidez.

Tempo bom aquele em que eu não sabia o que me aguardava.