Mas não pode! Logo pensei. Ela estava noite passada me fuzilando com os olhos e agora estava com aquela malícia nos olhos, me induzindo a pensamentos que iam contra o regime familiar. Eu devolvi o mesmo olhar, que logo se realizou numa trama calculada cuidadosamente com sabor de 'errado'.
'Mente aberta, divagando, questionando, refletinho, pensando, repensando, estudando, matutando, viajando...'
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Mas não pode! Logo pensei. Ela estava noite passada me fuzilando com os olhos e agora estava com aquela malícia nos olhos, me induzindo a pensamentos que iam contra o regime familiar. Eu devolvi o mesmo olhar, que logo se realizou numa trama calculada cuidadosamente com sabor de 'errado'.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Sou uma amante de Cazuza, e todas as palavras que venham dele me interessam. Para quem também admirava seu trabalho e suas ideias e quem é da minha geração, nascidos no ano de 1980, e que quando já o conheceu ele já estava em fase terminal ou morto, reparto trechos deste vídeo de 1988. Ao término, vários outros vídeos dele e sobre ele.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Lembro-me de sua barba por fazer e da estranha sensação que sentia quando tocava meu rosto no seu.
Do bigode que por vezes tapava seus lábios superiores.
Do cabelo encaracolado, penteado de hora em hora para trás, por seu pente portátil e particular. Uma leve lembrança de um queixo, nariz e boca de homem.
Das brincadeiras debaixo da d’água fria do mar. Quando boiava de costas por minutos, mostrando um bom fôlego; De quando submergia na água e emergia-se mostrando primeiramente os cabelos dançando ao som das marolas; Lembro-me de rir muito daquilo e ter medo quando ele, ainda submerso, em apnéia, sob o raso das ondas, tocava minhas pernas ou pés, fazendo-me saltar gritando, assustada, numa felicidade infantil e sincera.
De acordar mais cedo aos sábados ensolarados e lhe pedir a chave do Fusca amarelo estacionado defronte ao apartamento e ficar lá dentro, brincando de dirigir, com a testa sobre a buzina e um sorriso bobo nos lábios, enquanto ele me cuidava da janela fumando seu Marlboro, filtro vermelho.
Dos sábados e domingos frios em que ficava na cama, e do seu vai e vem da cozinha, trazendo iguarias em bandejas, enquanto assistia desenhos na televisão sobre sua cama – um colchão no chão em função de seus problemas na coluna.
Das mariolas, dos picolés e das gemadas.
Do cigarro e o isqueiro no bolsinho da camisa, junto com os trocados que me dava quando pedia para as balas e bolachas.
De me exibir aos amigos vários e conhecidos ao andarmos pelas ruas e dizer-lhes que eu era sua “relíquia”.
Das suas mãos na parte de trás do banco de minha bicicleta rosa nova. De vê-lo caminhar curvado a meu lado a passos apressados, enquanto eu pedalava sorridente e temerosa naquela nova experiência; Da segurança que me passava ao saber que sua mão equilibrava-me, até largar-me e dizer para que eu continuasse sozinha, que estaria por me seguir, e assim vê-lo ficando para atrás de mim, satisfeito e orgulhoso de me ver livre, avançando o fim da viela em ziguezague.
Da última vez que lhe vi, nas areias de Tramandaí, com suas roupas inapropriadas para um dia de sol de verão em beira-mar; Da sua distância, à espera de meu abraço.
Hoje, quando se chega repentino à mim, vem em tons de samba, com "Deixa isso pra lá" - e uma dança estranha com a mão - sua música predileta de cantarolar.
terça-feira, 19 de maio de 2009
Saudade
Nas manhãs, ruas e parques sem flores,
Tudo comum... vês o comum esbrasear
Olhos costumeiros de paisagens frias
É o comum dos olhos que não aprendem a viajar.
Ao entardecer, somente os passos ligeiros
Histórias velhas e cansadas de quem não pode se dar ao luxo de mais
Eu procuro o que perdi,
Mesmo sabendo que além do vento que faz estradas nas estradas que percorri
Nada dos teus olhos hoje hei de vir...
Então estas mesmas ruas se enchem de tudo que não faz sentido
As lojas vendem produtos supérfluos demais
Capazes se tornam todos de me fazer acordar
Longe dos sonhos loucos e fugazes onde tua fachada sedutora se foi sem pressa de voltar.
Incinerastes também me são as lembranças, por fim
Já me faço saudosa das dunas
Aquela casinha simples de praia
Uma rua de pescadores pobres da riqueza que é tão rica por aqui.
Outonos exibem-se com charmosas folhas a cair
Pessoas se apaixonam sem se beijarem ou consentir
Meu corpo é cansado da dor que sinto sem pedir
Anseio pelas mãos do tempo que toca profundo
Muda os rostos ao sorrir
Abranda o vento, alegra as aves por aí.
Esse oco tem nome grande, de borboleta azul
E é sorriso de criança na minha inocência
Malícia inócua em chafariz.
Dor que dói em felicidade
Saudade por que foi bom, não mera saudade
Saudade do tempo, daquele dia
Das palavras, fotografias abstratas,
Tua beleza... tudo enfim.
Simone Dutra
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Uma pessoa,
Duas pessoas.
Um lugar,
O paraíso.
Um paraíso,
Nadar nua.
Muito.
Água profunda.
Solidão?
Talvez...
É uma ilha com saudade de barco.
Desejo,
Um porto, sonhando ser mar
... navegar...
É uma boca com sede.
Lucidez,
Uma ponte imóvel...
...infeliz...
É um acesso de loucura ao contrário.
Uma ironia do diabo...
... debochado!
Olhe!
Prefiro sentir...
Paixão,
Imensidão... podridão...
Saciável.
Excitação,
Egoísmo em passos largos... pés descalços...
... corpulenta navegação...
Excitação, quando os beijos estão desatinados pra saírem de sua boca depressa.
Culpa.
... Excitação é um barco à deriva, rumo à infinita imensidão...
Amor,
Cuspe puro de dor, sujo de flor, feio, sem pudor...
Amor é janela batendo com o vento num temporal de verão...
Todo se emociona pra falar de amor...
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não! Amor é um exagero... também não. É um desadoro... Uma batelada? Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez por que não tivesse sentido, talvez por que não houvesse explicação, esse negócio de amor não sei explicar...
Amor é maré com raiva, de ondas iradas...
Amor é enxame de abelhas... é picada que mata... é corpo mutilado...
Da mesma maneira que o amor é doce, ele ensina a ser frio, ensina a perder.
Voo livre... sem pretensão...
Aprendiz de lição...
Não apaga nenhuma palavra...
Não paga nenhuma palavra?
Apaga os sinais?
Frio, não?
O amor não apaga nenhuma palavra, ficam todas guardadas.
Palavras frias guardadas num peito quente e terno...
Palavras doces e meigas guardadas em um peito frio e nada terno.
Sinara Dutra e Ângela Tagliapietra
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Esta semana vi, como milhares e milhares de pessoas no mundo todo, um vídeo que encantou e espantou e certamente envergonhou muita gente.
O caso é simples: uma mulher chega num palco com grandessíssima plateia e um juri de dar medo.
Ela não é bonita, nem jeitosa, jovem e nem se veste como uma primeira-dama. Mas tem algo a contar.
À sua frente, centenas de pessoas riem de sua aparência e principalmente de seu sonho, que unanimamente, soava como uma pretensão desprovida de lógica. Piada, gostosamente curtida e gozada.
Prestem a atenção nas pessoas antes dela "dizer" o que quer e precisa e no depois.
Fascinante.
Perfeito aprendizado. http://www.youtube.com/watch?v=Z2NbcTD_u0k&feature=related
Vale a pena ver.
Sinara Dutra
terça-feira, 12 de maio de 2009
Momentos
Sorrisos que nunca sumirão. Se perderão no tempo do espaço. Juntamente com os momentos felizes que gozamos um dia em nossas vidas.
Numa tarde qualquer, de um dia qualquer, nos relembraremos de momentos como este e sorriremos sozinhos, num riso saudoso e nostálgico. Triste por saber que aquela noite está muito longe de nós.
E que as madrugadas podem ser longas quando estamos sós. Mas ironicamente curtas quando cercados de quem gostamos.
E pensando nisso, após um momento de maturidade e aceitação, sorriremos, agora, um sorriso de ternura pela vida e compreensão, imaculado, recheado de saudade de quem ao nosso lado estava e que deixou sua risada gravada em cada célula de nossos corpos.
Abaixo, deixo uma música que me toca demais. Em especial, para Fernanda (Faísca), Angel (Espoleta) e Simone (garçonete).
Sinara Dutra
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Estupidez, não...
Ter um beijo que tivesse o dom de curar qualquer coisa, desde leves machucados até as angústias dos peitos mais doloridos.
Ter noções básicas de enfermagem e fosse catedrática em medicina da alma. Que aplicasse curativos nos ferimentos do corpo e colocasse bálsamo nas chagas da alma ferida e magoada. Mãos que soubessem acarinhar, mas que fossem firmes para transmitir segurança aos amigos de passos vacilantes.
Mãos que soubessem transformar um pedaço de tecido quase insignificante numa roupa especial para quem sente frio.
Alguém diferente da imagem que vejo no espelho fiel do retrato que sou e represento na vida.