'Mente aberta, divagando, questionando, refletinho, pensando, repensando, estudando, matutando, viajando...'
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
O novo que virá
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Ideologia... eu quero uma pra viver?
Sei que trata-se de um conjuntinho de ideários, de pensamentos, conceitos, que, nesta loucura diária, se perde aos pingados em nossas entranhas num perdido qualificado em confusão geral. Ou, ainda, vai-se às palavras proferidas diante o que nos surpreende na doidera rotineira. Doideira porque é rotina e ainda consegue ser surpreendente. Portanto, sem razão.
Nossas persepções do ontem se modificam a cada instante do novo dia e a visão que temos ora nos perturba num novo amanhecer cheio de reviravoltas morais.
Por isso a crítica é tão absurda. O julgamento tão desaprorpriado. Exatamente porque julgamos atitudes de outros que podemos vir a imitar logo mais; ou, simplesmente, porque não estamos dentro das emoções alheias, tampouco vivenciamos o que não é nossa história. Essa é a instiga.
Se o mundo muda a cada minuto, é porque nós mudamos também. Pois, quem faz o mundo ser como é, a não sermos nós mesmos...? E ainda falamos "o mundo", como se ele tivesse vida prórpia, como se não fosse pouco parte de nós, como se não fosse resultado de nossas ações e omissões. Os homens sempre querendo fugir às responsabilidades...
Acredito muito na base dos nossos ideais. Em nossa ética ou falta desta. Neste conjunto de coisas que formam nosso caráter, bom ou ruim, bom e ruim, do jeito que dá para ser... Mas não creio numa ideologia formada, de uma vida, de um indivíduo. Não.
A ideologia vem para mim mais como uma coisa meio imóvel. Que não se mexe, muito distintamente de nossos pensamentos, e conceitos, e vontades, e desejos, que mudam freneticamente.
Talvez isso pareça muito prolixo. Um amontoado de ideias confusas para enlear opiniões internas, mas vale a pena fazer o teste. Veja um filme, pense sobre ele, e reveja-o dois ano depois.
Seus sentimentos permanecerão idênticos, imutáveis aos de outrora? Ou as situações e sensações deste espaço de tempo lhe farão mudar um pouco seus cenceitos?
A mim, ideologia vai e vem. Diferentemente daquilo que queremos. Querer é mais fácil. Surge de repente e só sabemos senti-la. Mas as ideias, os pensamentos, não.
Por isso sentir é mais fácil do que pensar, refletir, explicar.
Mas, sim, eu quero uma ideologia para viver. Eu acho...
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Relatos de sexta à tarde
Antes, para chegar a estação da Trensurb Canoas, para ir até o Mercado, uma verdadeira maratona. O simples caminhar torna-se tarefa de atleta, driblando as pessoas espaçosas e aos montes. Que não sabem andar em multidão, e acabam atrapalhando e atrasando quem está com mais pressa.
Chegando na estação, um amontoamento de gente, tentando fazer uma fila para comprar em um único ghichê o seu bilhete.
Existem seis, mas aberto, apenas um. Penso que talvez os outros existam para dias de movimento. Mas, o que chamariam aquela sexta-feira, véspera de feriadão?
Espero, não pacientemente, mas comportada, minha vez. Com certo nervosismo, tento catar as moedas do bolso e acomodá-las em minha mão. Chata aquela espera. Um medo repentino de ouvir o trem estacionando, e ainda estar ali.
Fui atendida. A rapidez no atendimento é subjetiva... às vezes se tem sorte...
Eu tive sorte com o trem naquela tarde quente. Assim que desci a escada rolante, lá estava ele, parando devagar, e as dezenas de pessoas se aglomerando nas portas. Me cheguei perto, e fui com a multidão.
Dentro do trem aquele abafado. Cansada, sentei-me no chão. Que era o lugar que sobrava. Nem livro, nem música, nem nada de munição para vencer aquele tédio. Mas eu já havia vencido uma etapa daquela jornada. Só precisava permanecer ali, quieta, sentada, que logo a estação terminal viria, com a minha chegada.
Mas o saculejo, o balanço do trem, me fez enjoar. Fechei os olhos. Agora não era mais apenas permanecer quieta, sentada, eu tinha que lutar contra a tontura e a dor agúda na cabeça, que estavam a me torturar.
E logo estava eu, cercada de pessoas apressadas, empurrando umas as outras, na corrida pelos corredores. Algumas pessoas cheiram a nata! Senti esse cheiro muito forte em mais de uma. Somos obrigados, quando em público, a sentir os cheiros alheios... os cheiros de cada um.
Mais uma batalha. Estava, de fato, no centro de Porto Alegre. Entro no Mercado Público. Como recepção, aquele fedor de peixe.
Última parte da missão. Esperar. Me posicionei em lugar que eu poderia ficar cuidando. À minha vista, um enorme formigueiro colorido.
Fiquei tonta ao ver tanta gente passando de um lado para o outro. Quanta disposição! A minha energia a esta altura estava completamente esgotada. Aquilo me cansava. Minha pouca paciência se ia. Sem que eu pudesse a prender.
Minutos se tornaram horas e por aí vai. Minha ansiedade tormava formas mosntruosas. E aquele cenário já estava de terror.
E quando já estava quase vencida, quem eu esperava chegou, para me salvar da loucura que eu estavas prestes a encontrar.
Sinara Dutra
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Momento de leitura
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Momento Musical
Aqui, falarei sobre canções, letras, autores e intérpretes.
"A musicalização é o processo de construção do conhecimento musical, cujo principal objetivo é despertar e desenvolver o gosto pela música, estimulando e contribuindo com a formação global do ser humano."
Nesta terceira edição de meu "Momento Musical", como classifico minha fase, onde escrevo meus textos relacionados à música e musicalidade; os artistas que as trazem para nós e os criadores desta arte sonora, minha terceira escolhida é Marina Lima. Veja abaixo:
A cantora das canções inesquecíveis
Por Sinara Dutra
Décadas de 80, 90. A música soa à voz da "moderninha" Marina Lima.
Suas músicas tiveram repercussão nacional e tocavam por todos os lugares, das boates às rádios de shows a novelas.
Ídolo nacional; A voz feminina do pop, da MPB, dos adolescentes, dos adultos descobrindo uma nova voz; ouvia-se por todos os buracos e por todas as idades "À Francesa".
E, em "Pra começar", refletia em voz alta: Pra começar / quem vai colar os tais caquinhos do velho mundo / pátrias, famílias, religiões / e preconceitos / quebrou não tem mais jeito./ Agora descubra de verdade o que você ama / e tudo pode ser seu.
E quem não cantarolava ou sabe a letra de "Fullgás"?!: Meu mundo você é quem faz / Música, letra e dança / Tudo em você é fullgás... / Você me abre seus braços e a gente faz um país...
Cantou Lobão, "Me Chama". "Chove lá fora e aqui / Faz tanto frio / Me dá vontade de saber / Aonde está você / Me telefona / Me chama, me chama, me chama..."
Morou dos cinco aos 12 anos nos Estados Unidos. Lá ganhara do pai um violão, talvez para distrair-se e não lembrar o país abandonado.
Anos depois, admitiu que após ver e ouvir Gal Costa, fora paixão à primeira vista. E aos 17 anos, após musicalizar poemas do irmão Antônio Cícero, com quem teve parceria em muitas canções, retorna ao Brasil e tem uma canção sua cantada pela própria cantora Gal Costa, seu ídolo. Uma canção sua ainda quase fora gravada por Maria Bathânia, mas antes censurada e proibida.
Numa época em que a sexualidade era tabu, sua bissexualidade era orgulho e estímulo para quem se calava e se reprimia em uma sociedade ainda mais imatura e preconceituosa.
Dona de uma discografia de mais de 20 álbuns, e cerca de 11 Ouros, tem sua carreira ameaçada no ano de 1993, após problemas pessoais e a morte de seu pai, culminando no mergulho profundo da depressão, que lhe afastou dos palcos. Tal doença lhe causou danos nas cordas vocais.
E em 1998, o mundo nota sua deficiência vocal. Porém, sem cessar mais, anuncia que está fazendo aulas de canto e fono, "para reaprender a usar sua voz". Não para mais.
Hoje, com 54 anos, lança "Lá nos Primórdios", novo álbum baseado no show "Primórdios", um espetáculo, que uniu, ano passado, a música visceral da cantora com elementos de dança, teatro e artes plásticas, dirigido por Monique Gardenberg, e que não deixou uma cadeira sequer do Auditório Ibirapuera ficar vazia. Não era pra menos: Marina construiu ali uma verdadeira experiência sensorial – e muito emocionante – para seu público.
Em 2010, lançará o livro "Marina Lima Entre as Coisas, que conta o que falou nas diversas entrevistas que deu ao longo de sua carreira polêmica.
Marina Lima é história na música brasileira. É nome forte, conhecido por várias gerações. Suas canções foram e são cantadas de cor, e uma ou mais delas faz ou fez parte da sua vida.
Conheça a discografia de Marina Lima: http://vagalume.uol.com.br/marina-lima/discografia/marina-lima.html.
Conheça seu novo trabalho: http://br.musicamp3.com/0335872/Marina_Lima/La_Nos_Primordios_/
O estandarte do sanatório geral de Chico Buarque
Por Sinara Dutra
“‘Vai passar nessa avenida um samba popular’, Chico Buarque de Hollanda, compositor.
E ‘ao lembrar que aqui passaram sambas imortais, que aqui sangraram pelos nossos pés, que aqui sambaram nossos ancestrais’, o escritor Chico Buarque imortalizava ao tom das marchas de sambas dos velhos e saudosos carnavais a história de um Brasil que contou e cantou em épocas de repressão e regime militar. Às épocas em que o “aqui” tão referido era o país já tão massacrado porém mais defendido e menos acovardado.
‘Num tempo, página infeliz da nossa história, passagem desbotada na memória’, o Chico exilado na Itália, falando três línguas, tornou-se professor.
‘Das nossas novas gerações, dormia a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações’, Chico Buarque narrava a morte lenta de um país morto de fome, calado às bocas às forças (armadas) em clara e despeitada represália à crítica e à censura à liberdade de expressão dos ides de 1969, voltando à sua Pátria Amada como o artista mais ativo na crítica política e na luta pela democratização do Brasil. Chico Buarque de Hollanda, carioca, brasileiro.
‘Palmas pra ala dos barões famintos, o bloco dos napoleões retintos e os pigmeus do boulevard’, Chico ironizava neste trecho a burguesia e à ignorância dos poderosos como cronista.
Sua Roda Viva, obra teatral de muita repercução e sucesso, que virou símbolo da ditadura militar, teve seu cenário invadido por cem pessoas do Comando de Caça aos Comunistas que depredou o cenário e espancou os artistas: ‘Meu Deus, vem olhar, vem ver de perto uma cidade a cantar, a evolução da liberdade até o dia clarear’, Chico, dramaturgo.
Sim, a ‘evolução da liberdade’ que sucedeu-se graças a muitos artistas brasileiros, que não calaram a sua voz , como Chico, cantor.
Mas também poeta, ator e um dos homens mais inteligentes da nossa classe de estrelas que brilham no cenário mais rico de nossas artes.
Chico Buarque de Hollanda, tímido e ‘devagar’, foi ganhador do mesmo festival que popularizou a frenética porém sutil Elis Regina, ganhadora do I Festival Nacional da Música Popular Brasileira, a qual Chico ganhara sua segunda edição, e, no dia 10 de outubro de 1966, data da final, iniciou o processo que designaria Chico Buarque como unanimidade nacional, ultrapassando décadas e se fortalecendo cada vez mais como compositor e cantor, reconhecido nacional e internacionalmente.
Chico Buarque compôs Atrás da Porta e Cio da terra, que Elis Regina interpretou com suas performances ímpares; e diversas canções gravadas e interpretadas por Milton Nascimento, Oswaldo Montenegro, Angêla Maria, Ney Matogrosso, Cauby Peixoto etc, sendo ele parceiro de Tom Jobim, Caetano Veloso, Vinícius de Moares, Toquinho dentre tantos. E, com Vinícius de Moraes em sua alta sensibilidade, pintou a MPB de cinza com a tristeza da história fidedigna do povo brasileiro em “Gente Humilde”, e coloriu debochadamente com nossos verdes louros com “Vai passar” a história da música nacional.
Conheça a discografia de Chico Buarque: http://vagalume.uol.com.br/chico-buarque/discografia/.
A intérprete da vez: Maria Bethânia. Veja abaixo.
Por Sinara Dutra
Me apaixonei pela Bethânia faz poucos meses. Bastou ouvir Fera Ferida, gravação marcante feita por Roberto e Erasmo Carlos para que eu me interessasse por tudo que ela fazia.
E ao procurar e ver o que era Bathânia, apenas constatei a diva, a majestosa mulher e cantora que contribiu com a construção da música popular brasileira - rica e deslumbrante.
Ela tinha dezessete anos quando saiu de uma cidadezinha no estado da Bahia, chamada Santo Amaro. Tímida, tranquila e dona de uma voz forte e suave.
Caipira e admitida caipira, diz que acha a caipirice a coisa mais chique do Brasil, e mais, que duvida que uma pessoa com seu juízo no lugar não queira uma casa no interior.
Pensou em não cantar por vergonha, timidez.
Nega convites de entrevistas, programas, apresentações porque prefere a sua casa, porque prefere cozinhar para os amigos e tomar cerveja para rir um pouco e viver seu lado criança o maior tempo possível onde se encontra à vontade.
Caipira tímida que, quando sobe no palco deixa a menina de Santo Amaro, e revela a mulher forte, macho sim senhô, e cheia de escrúpulos que quando abre a boca faz com que todos presentes se calem para apreciarem tamanha perfeição de voz e uma simplicidade generosa numa carcaça áspera de pés sujos e postura entregue à fotografia da arte em forma de mulher.
Intérprete, foi a primeira mulher a superar a marca de 1 milhão de cópias vendidas de um álbum.
Intérprete que homenageia àquele que tem sua canção gravada por ela pela tamanha carga de dramaticidade dada por si nos palcos e em cada letra falada/cantada pela voz anasalada, completamente inconfundível.
Gravou mais de cinquenta discos que não seguiram nenhuma regra. Nunca gravara nada que não quisesse, falado algo que não pensasse ou cantado algo que não se encaixasse com pedaço de si
Como não posso deixar aqui as centenas de obras adaptadas por Maria Bethânia, deixo uma pedida de um vídeo com uma canção cantada e interpretada por ela, de Rita Lee.
http://www.youtube.com/watch?v=P0vMLr1vYko
Conheça a musicalidade de Maria Bethânia.
http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/ver/maria-bethania
domingo, 30 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Poesia do mano
Enquanto a próxima onda
fico a esperar,
fecho meus olhos,
remo devagar.
No sobe e desce da água,
como um barco a navegar.
Me sinto como um viking,
sem nenhum receio do mar.
Celebro a água, a brisa e o sol,
tudo a me tocar.
E, juntos, nos tornamos um todo,
um só corpo a dançar.
Feliz está minh’alma
que quase chora ao constatar
o quanto de tão pura vida
tenho dentro a pulsar.
Sem saber ao certo como,
sinto a nova série de formar.
Cessam os sons, os pensamentos,
até a gaivota pára no ar.
Tudo parece um sonho,
Daqueles que não se quer acordar.
Mas, abro os olhos, remo para o horizonte,
é hora de tudo recomeçar.
(Republicação)
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Isso só vem a mostrar claramente o que ela é. Uma pessoa que ama os seres do planeta em que vive, seja ele bicho humano, seja ele o bicho que for, dos milhares que existem na terra. Que não somente ama, mas que, de forma atuante, defende e cuida daqueles que necessitam de sua ajuda, agora, oficialmente, fundamentada em dois anos e meio de curso que a preparou para amenizar as dores dos enfermos, trabalho que faz com o respeito que todos os profissionais que trabalham diretamente com doentes deveriam ter e o mesmo respeito pelo que cuida e busca o cumprimento das leis que protegem os animais, assim como a fomentação de leis que ainda não os protegem.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
À madrugada, retono a meu lar, aonde existe vida também, mas a vida que nada me cobra, a que eu inventei o roteiro e certo e a verdade.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Alguém pode me responder por que existem mais homens nas prisões do que mulheres? Isso no nundo todo...
Já ouvi muito sobre isso. A anatomia masculina é diferente. Os homens são mais fortes, por natureza. Seus corpos produzem testosterona, um hormônio de crescimento de músculos. Enfim, são mais fortes, em sua maioria, do que as mulheres, fisicamente, claro.
Essa seria uma boa desculpa: mulheres têm inveja do pênis dos homens e de sua força, de seus assassinados, espancamentos, estupros e atos exdrúxulos. Mas como não têm o vigor invejável do sexo oposto, mas a inteligência que os mesmo não têm, ficam no seu protegido mundo dos fogões e pias, na segura permanência de suas residências.
Pronto. Resolvido e respondido.
Por isso as cadeias do mundo inteiro são abarrotadas de machos e não de fêmeas, humanos. E as poquiíssimas que se encontram em sistema carcerário, ah, essas são doidas, dá bola pra elas não, tudo mal amadas!
E deve ser por isso, também, que nos divertimentos mais estúpidos, que alguns chamam de esportes, como pescaria, rinha de galo e tantas outras idiotices, só há homens, ou uma maioria esmagadora.
Ah, não podemos esquecer as tradicionais Touradas e a Corrida de Touros, espanholas.
É assim, muito divertido, o touro, ou os touros, ficam presos enquanto milhares de pessoas - espanhóis - se aglomeram para o momento em que ele(s) será(m) solto(s). Na Corrida do Touro estes saem correm enfurecidos pelas ruas da cidade, provocados pelos espectadores/jogadores do espetáculo, enquanto são espancados para que fiquem ainda mais nervosos e irados. O divertimento é fugir do bicho ou dos bichos. Essa é uma prática muito antiga na Espanha.
O bicho ou os bichos saem machucados ou até mortos; as pessoas arranhadas, pisadas, quebradas, e exibindo com orgulho seu sangue como troféu pela coragem demonstrada.
Mais uma vez, é muito difícil ver mulheres participando deste "esporte", e por isso, depois de anos da folia das famosas touradas - onde só os mais corajosos "enfrentam o touro" e puxam seu rabo, um homem veio a falecer após 14 anos da última morte da brincadeira com os touros.
Quem era o brincalhão? Tá lá em cima, mortinho. Pronto, conseguiu exibir ao mundo seu troféu. Pena que não está vivo para o ver.
Podia dirmir sem essa, hein?!
Obs: Não é um texto a favor das mulheres, tem valor muito mais profundo.
Sinara Dutra
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Mas tenho que admitir, sou justa. Minha maior qualidade talvez, ou, certamente. Sim, sou justa.
Mas não consigo fazer a merda de uma homenagem. Penso eu: Será que as drogas lícitas já me prejudicaram a cuca? Ah, bem... (que situação constrangedora).
Mas eu ainda sou espertinha. Digo, valho alguma nota. Posso esquecer algumas coisinhas... mas as importantes, JAMÉ!
Sim, o que é importante sempre fica... “aquele velho ditadinho...”.
E pra falar mais sobre isso, eu gosto de ditadinhos bobos que falam a real, tipo “a fruta nunca cai muito longe do pé.”.
“Mais vale um pássaro na mão que dois voando”.
Essa claro que podem rebater. Pois é mais delicada... porque se trata de algo mais pessoal, subjetivo: “‘mais vale uma’ e por aí vai..."... mas, vale pra quem? Vale pra pessoa que está falando! Não é uma coisa abrangente...
E esta: “O tempo é o melhor remédio...”?
Descordo...
Hoje existem tantos "remedinhos" para curar uma dor...
É verdade... (risos). Já era o tempo em que o tempo era o único remédio; existem muitos genéricos e similares hoje em dia. Que o tempo ajuda, é certo. Tá. Até porque, quanto mais nos acostumarmos com algo, mas fácil de lidar com ela vai ser. Não é?
Agora, remédios? Quantos a gente tem que tomar nesse "tempo que não passa"?
Vários... muitos. Muitos mesmo. E quem ganha a fama é o "tempo". Ah, pura mentira! (Droga, já falei que sou justa!).
Bueno, a vida mesmo sem ter que seguir, ela segue... não temos escolha... Não é mesmo?
E refletindo sobre este depoimento, penso: Nossa, como as pessoas falam merda! Falam... sempre e cada vez mais.
E um pensamento horroroso me vem à mente. “As pessoas que falam merda não deveriam ter boca”.
Mas quando digo isso, me deparo com um conflito interno...
E o que é merda? Bom, a maioria diria assim: “O que é merda pra ti, não é merda pra mim, otária!”.
E eu ficaria de boca fechada, assim como aqueles que deveriam não ter boca, segundo eu.
Ah, a vida é uma coisa de doido... e nós nada entendemos. Falar e falar.... quer coisa mais fácil? Não tem!
Basta abrir a boca e as palavras vão saindo... saindo, como um cuspe tomado de vida.... é assim!
Aí a Angel diz: “nós entendemos de muitas coisas, só que as pessoas pegam a parte pra entender o todo, e se pega o todo para entender a parte, por isso que sai muitas bosticas.”
Às vezes, um todo é apenas uma parte. E uma parte às vezes não se encaixa num todo.
Não importa onde estarei... não estarei bem, não totalmente, porque ele está morto e ele era um cara legal...
Estou calma. É que estou em uma fase que quero aproveitar tudo, ou, reaproveitar tudo... seja lá pro que for e, tentar homenageá-lo é uma tentativa de usar o que já é assunto para o resto, mas em mim ainda sentimento, em um texto que fala de muitas coisas embaralhadas, que nem se encaixam. Mais ou menos uma coisa amontoada e reciclada, que está em moda nos dias modernos.
E é assim como a vida - que levamos empurrando com a barriga - que deixo meu tributo a quem teve boca e a usou com primor.
terça-feira, 7 de julho de 2009
Faz tempo que a nossa governadora, dona Yeda Crusius, anda vacilando por aí. Isso não é segredo, não.
É um tanto de maracutaia e coisas mal explicadas: A estranha compra de uma mansão pouco tempo depois da posse - possível doação de Lair Fest de 400 mil para a compra de uma casa no bairro Vila Jardim, segundo o delegado Luiz Fernando Tubino, ex-chefe da polícia civil aqui do Estado, na CPI no ano passado (olha que fofo da parte do Lair); Irregularidades na sua campanha, em 2006, e em sua gestão como governante (que vergonha); Envolvimento no caso Detran, onde houve fraude de 44 milhões dos cofres públicos e improbidade administrativa... etc?
O PSol, incansável na luta para o impeachment da Governadora, entra com pedido, amanhã, na Justiça Federal de Santa Maria, de bloqueio dos bens e das contas bancárias de Yeda, do seu marido e do secretário, através o advogado do partido denunciante, Pedro Ruas, também vereador do partido de Luciana Genro.
O principal suspeito do desvio, Lair Farst, empresário tucano, um dos coordenadores da campanha de Yeda em 2006, por ter relações estreitas e delicadas com boa parte do secretariado da nossa Governadora, acabou resultando na demissão de quatro secretários, além do chefe da Casa Civil, do comandante da Brigada Militar, e do chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília.
Ainda tem muita coisa podre. Olhem só.
O tal figurão, Lair fest, para aliviar a sua do caso, resolveu mudar de lado. Sério! Rumores de que ele teria gravado conversas com o então chefe do escritório em Brasília, Marcelo Cavalcante, levaram os deputados gaúchos a propor o, por mim, e pelo PSol, tão desejado impeachment da "nossa governadora" (dói dizer isso).
Mas... bem, as gravações foram levadas ao Ministério Público, mas... como Yeda garantiu maioria na Assembleia com o auxílio do poderoso PDT, nada foi adiante... e sabem por quê? haha. Porque fora feito um acordo entre PDT e PSDB para salvarem Yeda Crusius e o deputado Paulo Pereira da Silva, à época, ameassado de cassação. O acordo era para fortalecer o aliamento dos partidos e safar os dois corruptos.
Mas a história é punk. Tem mais.
Tudo parecia tranquilinho quando, em fevereiro deste ano, Marcelo Cavalcante, o chefe do escritório do... ah, acabei de mencionar... apareceu morto, boiando no lago Paranoá. Disseram que fora suicídio causado por depressão. Será que não foi culpa retardada?
Escândalo para ninguém botar defeito, né?
Ai, que saudade dos caras-pintadas.
Isso tudo só aconteceu e acontece ainda por causa da passionalidade ou da preguiça ou da ceguice dessa geração. Tempos atrás já teríamos posto Yeda em seu lugar - lavando roupa em casa (sem querer ofender as lavadeiras). Ou na prisão, que seria mais justo.
A questão é que, além de não saber governar o Rio Grande (e nenhum outro Estado, com certeza), roubou! Que feio senhora Yeda. Fico pensando no quê pensaria seu sogro, o sr. Crusius... quanta lama.
No mais, esperemos que Simone Fortes, juíza que cuida do caso, receba luz "divina" para dar um bom final a isto tudo.
Sinara Dutra
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Só
Sinara Dutra
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Somos legais... sério!
Um pouco de nossas nuances. A praia de Tramanda num feriado; festa-surpresa da Fernanda e um ataque de infantilidade num sábado à tarde que invadiu a noite... um domingo no gramado com sol para revitalizar as energias; show das Paquitas; momentos de ilucidez e inutilidade... e os bichos soltos, todos loucos também.
Sinara Dutra
quinta-feira, 25 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
QUERO LIBERDADE
O problema não são as facilidades que recebemos para conquistarmos o que queremos. O problema é não sabermos o que queremos.
Temos mais ferramentas em nossas mãos para subirmos montanhas, das mais altas, do que os de outrora, e mesmo assim preferimos pichar praças, nos drogar e reclamar de coisas nas quais jamais fizemos algo para mudá-las. Tá certo, reclamar é mais fácil. Falar mal da política virou esporte e ser do contra virou moda.
Reclamar de uma liberdade e sentir-se alienado por uma mídia que controla uma maioria burra mostra que, só pelo fato de ter a consciência de estar envolvido por quem nos aliena, não está preso a nada nem a ninguém, exceto se quiser, obviamente.
Liberdade para mudarmos inclusive a alienação do povo também deveria caber a nós. Mas falta a coragem. Principalmente riquinhos que nunca trabalharam e não entendem de nada sobre a repressão de quem paga àquele que obedece para sobreviver.
Se isso for uma submissão dos fracos, como se fosse uma venda de si ao sistema, talvez seja uma boa hora para as coisas mudarem.
Mas quem dará o primeiro passo?
Ditadura para ser livre é pra quem não sabe usar a sua liberdade para mudar o que não presta, abrir a boca e berrar pelos que não falam, e usar as ferramentas certas para alcançar a sua felicidade, mesmo que esta seja triste.
Sinara Dutra
terça-feira, 16 de junho de 2009
sexta-feira, 12 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Ela nasceu mulher. Batizada com nome de mulher. Vagina, seios, mãos pequenas, útero, placenta, com dom de dar à luz.
Mas não era assim que ela queria viver.
"Não era assim que eu queria ter vindo ao mundo. Não é assim que me vejo, que me gosto. Me sinto mal com meu corpo, me sinto num corpo que não é meu. Quero usar barbas - mulheres não usam. Quero malhar, ter músculos, usar roupas masculinas - mulheres não são assim. Gostaria de ter a voz grossa - mas mulheres não têm. Será que vou ter que viver uma vida inteira sem gostar de mim e ser feliz?"
Deve ser difícil enfrentar um batalhão de críticos, julgadores, juizes e guardiões da ética e da moral que é a verdade do mundo a ser seguida.
Mas esta mulher foi atrás de seu sonho.
Bizarro? Estranho? Nojento?
Pouco importa, a mulher que sentia-se presa numa carcaça que não entendia ser sua, escolheu um caminho diferente para seguir. Está no seu direito, não está?
Agora é Thomas e tem um casamento bem feliz.
Ela vira ele por vontade própria. Se tornou legalmente homem aos 24 anos de idade. Eu reflito, tento chegar a uma conclusão, mas a ideia da minha irmã ainda me vence como verdade: não adianta mudar o sexo, a aparência, o escambau, a pessoa morre como nasce.
No caso de Thomas e a esposa, isso não é problema. São o que querem e se dão o direito de serem. E têm esse direito. Não têm?
Pela incapacidade de sua esposa de engravidar, Thomas usou de seu dom para dar ao casal o fruto que tanto queriam. Thomas, por ainda ter seus órgão genitais femininos, engravidou de sêmen comprado num banco de sêmens e suas fotos publicadas na net causaram um verdadeiro escândalo mundial.
Mas Thomas não se intimidou e agora está grávido de seu segundo filho, que será amamentado pela esposa, assim como o primeiro, não me perguntem como.
Ascendam seus charutos e... viva a vida!
Sinara Dutra
quinta-feira, 4 de junho de 2009
terça-feira, 2 de junho de 2009
O outro lado do muro
Em questões financeiras fará bem ao Brasil, um país subdesenvolvido, em ascenção de crescimento, sem dúvida - um país como tantos, do futuro - e que é amado por estrangeiros em função do nosso antigo futebol de nível superior.
Porém, olhando por outro lado, meu lado mais humano, mais crítico, mais olístico - digamos que a visão não é tão positiva.
Num país onde há milhares de pessoas morando nas ruas; não tendo comida em casa; crianças morrendo de frio e desnutrição; gente numa podridão quase definitiva, uma maloca ao lado de bilionários investimentos chega a ser irônico.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Mas não pode! Logo pensei. Ela estava noite passada me fuzilando com os olhos e agora estava com aquela malícia nos olhos, me induzindo a pensamentos que iam contra o regime familiar. Eu devolvi o mesmo olhar, que logo se realizou numa trama calculada cuidadosamente com sabor de 'errado'.
terça-feira, 26 de maio de 2009
Sou uma amante de Cazuza, e todas as palavras que venham dele me interessam. Para quem também admirava seu trabalho e suas ideias e quem é da minha geração, nascidos no ano de 1980, e que quando já o conheceu ele já estava em fase terminal ou morto, reparto trechos deste vídeo de 1988. Ao término, vários outros vídeos dele e sobre ele.
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Lembro-me de sua barba por fazer e da estranha sensação que sentia quando tocava meu rosto no seu.
Do bigode que por vezes tapava seus lábios superiores.
Do cabelo encaracolado, penteado de hora em hora para trás, por seu pente portátil e particular. Uma leve lembrança de um queixo, nariz e boca de homem.
Das brincadeiras debaixo da d’água fria do mar. Quando boiava de costas por minutos, mostrando um bom fôlego; De quando submergia na água e emergia-se mostrando primeiramente os cabelos dançando ao som das marolas; Lembro-me de rir muito daquilo e ter medo quando ele, ainda submerso, em apnéia, sob o raso das ondas, tocava minhas pernas ou pés, fazendo-me saltar gritando, assustada, numa felicidade infantil e sincera.
De acordar mais cedo aos sábados ensolarados e lhe pedir a chave do Fusca amarelo estacionado defronte ao apartamento e ficar lá dentro, brincando de dirigir, com a testa sobre a buzina e um sorriso bobo nos lábios, enquanto ele me cuidava da janela fumando seu Marlboro, filtro vermelho.
Dos sábados e domingos frios em que ficava na cama, e do seu vai e vem da cozinha, trazendo iguarias em bandejas, enquanto assistia desenhos na televisão sobre sua cama – um colchão no chão em função de seus problemas na coluna.
Das mariolas, dos picolés e das gemadas.
Do cigarro e o isqueiro no bolsinho da camisa, junto com os trocados que me dava quando pedia para as balas e bolachas.
De me exibir aos amigos vários e conhecidos ao andarmos pelas ruas e dizer-lhes que eu era sua “relíquia”.
Das suas mãos na parte de trás do banco de minha bicicleta rosa nova. De vê-lo caminhar curvado a meu lado a passos apressados, enquanto eu pedalava sorridente e temerosa naquela nova experiência; Da segurança que me passava ao saber que sua mão equilibrava-me, até largar-me e dizer para que eu continuasse sozinha, que estaria por me seguir, e assim vê-lo ficando para atrás de mim, satisfeito e orgulhoso de me ver livre, avançando o fim da viela em ziguezague.
Da última vez que lhe vi, nas areias de Tramandaí, com suas roupas inapropriadas para um dia de sol de verão em beira-mar; Da sua distância, à espera de meu abraço.
Hoje, quando se chega repentino à mim, vem em tons de samba, com "Deixa isso pra lá" - e uma dança estranha com a mão - sua música predileta de cantarolar.