"devagar pra divagar": Felicidade

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Felicidade

No amarelo? Do sol?

Ou na violeta... das violetas?

Um arco-íris no céu?

Que cor terá?

Na magia dos sonhos...

Nas canções ou poesias...

Nas manhãs de outono...

No amanhecer de cada dia?

Onde ela está?

Nas esquinas da cidade povoada?

Nas gargalhadas nos botecos às madrugadas,

Ou nas águas profundas do mar?

Na pureza da inocente criança

Ou na malícia do homem sacana?

Nos espontâneos gestos humildes,

Ou nas loucuras das paixões insanas?

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Cultura teatral

É um grande pesar não poder dizer que a face ambígua e dissimulada, artística e vã, pura e podre, com seus diálogos carregados de palavras pesadas de sofrimento, gestos movidos por sentimentos e gargalhadas tomadas de um sarcasmo inteligente e inócuo não fazem parte da vida de uma grande maioria, injustiçada e desprovida de uma arte rica. Numa peça, há uma diferença indiscutível e incomparável com qualquer outro tipo da arte de encenar, tão ímpar e tão mais poética, mais profunda e mais cômica, acentuada de uma naturalidade que nos faz viajar à nossa vida e pensamentos e retornar ao teatro em segundos para 'viver' o que ainda está ali, muito perto de ti, ao palco, a gritar, a zombar, em bom e alto tom. É a comédia-tragédia da vida humana. É graciosa porque nós somos tolos. Engraçados. Gozados. É o drama, é o erótico, são nossos lençóis, roupas e lágrinas, numa mesma enrascada, numa mesma cena, em outras cores e rostos, que podemos ver tão de perto e tão perfeiamente bem. São as facetas de nossos eu's de cada hora, nos contando como somos e como fazemos para brincamos com a graça e com a desgraça.

Paz...

Quimera, não é um lugar, Outrora fosse então... Seria fácil encontrar. Também não é uma imposição, Aquilo que parece imposto; Subjuga a posição. Antes fosse a paz somente um altar, Lançaríamos oferendas de amor E divinamente estancada a dor, Seria de todo o coração, Pelo bem que ela nos faz! Mas, a paz é como uma flor, Quem a deseja colher; Primeiro tem que plantar... Veremos crescer com amor, Para depois colhermos os frutos que ela nos traz, Assim nos seja a paz! O fruto de nosso amor. de Cesar Moura

Divagando à questão

Sentimentos ruins. Dores. Angústias. De onde veem? Para onde vão quando os deixamos por algum tempo? Onde ficam? Guardadas em nós, em algum cantinho? E, como funciona isso, depois, quando a felicidade desaparece, elas voltam? Sentem-se no direito de virem arrancar um pouco de nossos suspiros e gemidos, de desespero?! Como é essa coisa toda... qual o acordo dos sentimentos, eles têm um acordo para dividirem por tempo nossas emoções? Nosso corpo, alma? Eles revezam, para o quê, para se satisfazerem? Ou para nos enlouquecer mesmo?
As tristezas, as mazelas, a amargura, são, afinal, degraus para nos fortalecerem? Então só é forte quem padece?
(Sinara Dutra)

William Shakespeare

SONETO CV
Não chame o meu amor de Idolatria / Nem de Ídolo / realce a quem eu amo, / Pois todo o meu cantar a um só se alia, / E de uma só maneira eu o proclamo. / É hoje e sempre o meu amor galante, / Inalterável, em grande excelência; / Por isso a minha rima é tão constante / A uma só coisa e exclui a diferença. / 'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo; / 'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento; / E em tal mudança está tudo o que primo, / Em um, três temas, de amplo movimento. / 'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora; / Num mesmo ser vivem juntos agora.

Cápsulas pro mal

Quando bate o desespero, o problema, o desatino, não me descabelo. Quase me sujo as calças! Tá bom, sei que não viverei uma vida isenta de problemas, e tento sempre resolver com maturidade e calma cada vez que surge algum. Contudo, sabedora desta realidade, nunca estou preparada para uma nova bomba! Mas elas vêm. E lá vou eu, braços cruzados, coração acelerado, cabeça a toda, revendo mil possibilidades. Até que, sem muitas caminhos para onde ir, acabo por apelar para o antes "isso de jeito nenhum". E assim vou seguindo. Tentando ser os mais serena possível. "Tentando" ver a "positividade" nas conturbações do dia-a-dia. Dos males a perturbar a calma tão fujona. A paz tão incerta. O controle tão distante. A felicidade tão ameaçada. A incostância tão presente... A calma para o mal poderia vir em cápsulas. Eu tomaria-as, sentaria no sofá, e ao telefone resolveria as misérias que me assolam.

Paciência

"Ter paciência é requisito básico". Questão obrigatória. Ser paciente é dedicação. É dom, é fortuna; é de quem é maduro, sábio. Mas, esperar o tempo que nos trará o que muito queremos pode ser uma tortura, e, ao contrário dos conceitos acima ditos, não acho 'bonito' se ter que dotar de paciência para realizar os seus desejos; obter o que lhe realiza; ou amenizar o que lhe dói, muito menos com as pessoas, seus problemas e o mundo. Este último, nos cobra uma paciência que esgota aos poucos de nossas entranhas. Aos pingos, aos minutos, às situções que temos de enfrentar. E este requisito tão agraciado se vai, como o tempo que não volta mais. E os seres humanos são postos à prova de sua paciente paciência aos dias mais medonhos e as horas mais difíceis. Não somos super-heróis; nem super, nem heróis. Somos seres humanos cansados de ter paciência. Seres humanos cansados de ditados belos dizendo que temos que ter paciência. E haja paciência para ter paciência. Abaixo a paciência. Ela pode enlouquecer.

Divagando sobre a existência e descobrindo que nada sei

Refletindo sobre o certo e o errado, vi que a única diferença entre os dois é a maneira como se olha para eles. Pensando sobre princípios, sobre valores, determinação, questão de ética, cheguei a uma singela conclusão. Que todos são praticamente a mesma coisa. Ter princípios é saber-se quem é. Simples. E impossível seria saber-se quem se é, desfrutando de determinação sobre atitudes, decisões, rumos e escolhas sobre si. E, uma vez que, sem princípios e determinação, a ética seria inexistente, pois sem saber quem é, não se tem planos ou se toma decisões, tampouco se determina a nada, que é seu resultado, e assim, também se ausencia à ética, que é nada mais, nada menos, do que nossos conceitos de certo e errado, e assim, voltamos ao ponto de vista de quem vos escreve, de que estes são julgamentos apenas separados por tênues linhas de visões cansadas e que de nada sabem. Penso que em nosso caminhar há mais do que questões de pontos de vista pessoais, que por vezes é apenas severamente crítico e nada mais. É cruel descartarmos o que aprendemos ao longo de nossas caminhadas por postura ou aparência; é pouco inteligente ignorarmos nossos aprendizados, vistos de nosso ângulo natural, para seguirmos passos de outros que renegaram seus desejos e fizeram história destruindo seus sonhos e acimentando sobre eles missão de serem alguém admirado ou aceito por padrões que nada têm a ver com seus pensamentos ou vontades. Valores, a mim, são a combinação perpétua de caráter e dom. Quando eu falo caráter, falo no sentido de ser justo. E o dom, é a capacidade de se trilhar rumo à felicidade. Sem pré-conceitos, que são como prédios antigos, velhos, desbotados e carregados de histórias nostálgicas de um passado que não nos pertence mais. A ideologia não pode ceder à construções de prédios, engenheiro e operários baratos, ou à discursos e acordos que favorecem uns e prejudicam outros e que não nos levam a lugar algum. Refletindo sem cessar, sei que nada se justifica não se fazer feliz para acenar aos alheios e necessitar aplausos, tampouco, pouco conhecer-se e conhecer mais de outros do que seu próprio anseio e os passos que te levarão ao gozo de que dá o sentido de existir.

O cão dos florais

Quando fui fazer uma viagem de dez dias para Mato Grosso do Sul, em meu primeiro dia na capital, Campo Grande, vi algo que mudaria minha vida. “O que é um ponto preto com outros brancos correndo até o portão?” Era o Zen. Uma bolinha de pelos preta com manchas de tinta branca pela cabeça. Trouxe para morar comigo. No início, era calminho, um doce. Levinho, tranquilinho. Lindo da mamãe! Os meses foram passando e ele fora ganhando mais apetite. Opa! Tudo bem, mamãe compra mais ração! Ele, sempre brincalhão, mordia o que via pela frente. Ah, bebês são assim... Ei, seu pivete, olha os livros... Sim, ele destruiu Marwin. Calma, é filhote. Normal. “Os dentinhos estão nascendo...”. Diziam. E que dentinhos! Tudo bem, é uma fase, passará. Engano meu. Ele é Cocker, eu digo, e as pessoas, todas muito entendedora de raças e comportamentos animais, ah... se fu... meu deus! O que há de errado com os Cockers?! O Zen não é nada zen. Ele, na real, é um ZenNoção. Apelidinho que lhe dei. Ele morde as mãos da gente quando tentamos lhe fazer carinho. ‘Ele leva’ a gente para passear às 5 da matina para fazer suas necessidades. E quando falo ‘ele leva’, é porque é ele quem leva a pessoa, e não a pessoa que o leva a passear; ele quer comer tudo o que as pessoas estão comendo. E, realmente come tudo o que vê pela frente, pés de mesas, cadeiras, roupas etc. Bom, nesta parte não quero entrar em muitos detalhes... Não teme a nada nem a ninguém. Nem ao ‘bastão do poder’... sinto pena às vezes do rolo de jornal enrolado, feito especialmente para educar o Zen. Ele não tem medo do ‘bastão’, ele adora o ‘bastão’. “Temos que tomar alguma providência”. Eu pedi ajuda. Disseram-me que três florais poderiam acalmá-lo. Agora, quero que este meu relato seja justo. Zen tem qualidade. Ele não faz cacacas dentro de casa. E quantos emporcalham tudo...?! Um pontinho, meu filho! Muito bem. Vamos aos florais...

Quando as pessoas completam aniversário de nascimento, querem, algumas tantas, a maioria, aproveitar da vida o seu melhor como se só no tal dia tivesse esse direito tão seu; fazer tudo o que sempre quis, como se existisse data ou hora para ser feliz; evocam de seus complexos seres as tantas perguntas que carregam em si sobre tudo ser como é e por se ser como se é, desejando muito, naquele momento, as prolixas respostas, talvez uma idealização de uma possível maturidade pelas horas a mais datadas à crença ou o julgamento de se saber mais dessa existência confusa e pra sempre sem respostas para o que mais se quer saber. Hoje completo mais um ano em que meus pais receberam a notícia de que teraim não só uma filha, mas sim, duas, e isso deve ter sido o máximo à época, pois sou não apenas um ser humano com sua história, mas também, parte da história de outros alguéns. Não me sinto responsável por estar aqui tampouco para mereço parabéns, pois tudo que fiz foi para meu prazer e gozo - creio que este seja o instinto de todos nós. Confesso que, como a maioria, neste dia, refleti um pouco em como anda a minha vida e no quê quero a seguir, nos passos seguintes começando do agora. E sinto como se um ano novo batesse à minha porta com novas boas e novas e assustadoras ideais de um futuro que não sei qual será. Sei também que amanhã será um dia normal, novo, e talvez nada normal, mas com um quê de "a vida continua", que é nada diferente do dia de ontem, a não ser pelo fato de eu estar mais velha. No mais, sinto uma certa obrigação de ser melhor do que antes, de buscar mais do que busco, de vencer mais do que venço. Um certo medinho de olhar para trás e ver que continuo a mesma e que progredi pouco ou de achar que temos, sempre, que progredirmos sempre mais, como se a felicidade subisse degraus e não fosse, de jeito nenhum, um mar que vai e vem, sem sair do lugar. E ao mesmo passo de tudo, um cheiro de novidade, bom. (Sinara Dutra)

Por que ele é o rei

Quando conheci Roberto Carlos não entendi o porquê o apelido de "rei" que o deram. Ao vê-lo, com aquelas suas roupas brancas, bregas e um tanto esquisitas, que eu pensava na época ele querer parecer santo, quando não com suas roupas sertanejas, também bregas, cantando as músicas que eu ouvia das bandinhas da minha geração, que estouravam nas rádios e televisões da época, ficava espantada! Para mim, Roberto Carlos era apenas um copiador. E pior, um copiador que rearranjava músicas dos outros e as estragava com seu cantar lento e por vezes soporífero. Além do mais, era um cantor ultrapassado, que usava um repertório que fizera sucesso anos atrás, décadas, que apenas meus pais e avós gostavam, pois em seus tempos de jovens, ele era o tal, ele era o Elvis Presley brasileiro, ou Frank Sinatra, sei lá. O que eu não sabia, era que, o esquisitão era quem havia escrito quase todas as letras que eu ouvia e cantarolava através minhas bandas favoritas. O incrível acervo de canções que Roberto Carlos tem de sua autoria é uma relíquia que atravessará gerações por muitos séculos. Isso eu só aprendi após sair da minha pré-adolescência. Algumas de suas canções são verdadeiras poesias, poemas. E um bom tanto de suas letras são de músicas que considero minhas favoritas. E agora então, eu compreendi o porquê o carinha com cara de machão dos tempos da Jovem Guarda era chamado de rei. Agora eu entendo. Deve ser o rei mesmo.

Silencioso mar

Nervos à flor da pele, enquanto o andar perto do calmo mar. Pés acelerados se recusam a desapressar as ideias. Desacelerar pensamentos difusos aos passos do que gira sem parar. Oferenda doada do tempo raro dos dias contatos para acalmar um corpo suado secando ao ar ao caminhar. Acompanhado de ondas no seu incessável vai e vem concomitante com a rotina dos pés que vão e vem sem cessar, molhados, a se refrescar. Inquietações veem à mente. Erguendo os olhos a buscarem o horizonte e nele a captura da luz da cura das chagas no imenso mar. O olhar percorre as marolas calmas, espumantes; os pingos voando com o vento ao fundo do céu com suas nuvens simpaticamente penteadas num tom maracujá. Ali está o oceano imenso, profundo, misterioso, calmante, solitário, ouvinte, falante, silencioso e brilhante. Ali não está o mundo a cobrar. As qualidades inexistentes; a falta de tolerância; os sorrisos nos momentos de dor, o perdão nos instantes de ira e rancor; de paciência com os sonhos profanos e o aumento do desamor. É apenas o mar... sóbrio, porém magnânimo, sugerindo abrandar a marcha da turnê e recompor retas tortas e vagas da volúpia estrada esburacada que costumamos avançar e tropeçar. (Sinara Dutra)

Usemos as sacolas ecológicas!

As sacolas ecológicas estão por toda a parte. E não estão por acaso. Alguns poucos da população já estão aderindo a elas. Por que usar sacolas ecológicas? Porque são do bem. São recicláveis e não causam danos à natureza. Não poluem o meio ambiente, são mais resistentes e mais bonitas. Além disso, usando-as, estarás ajudando a diminuir o uso do plástico, que leva 500 anos para se decompor, danificando o meio ambiente em que vivemos. Entramos em um novo século, o mundo está mudando, os recursos naturais estão ficando escassos para a demanda humana no planeta. Participe deste progresso também. (Sinara Dutra)

Dia Internacional da Mulher?

Por quê?
Por que Dia dos Negros?
Porque um dia foram descriminados, humilhados, escravizados, rebaixados, mal-tratados, subestimados.
Por que Dia dos Direitos Humanos?
Porque não existe respeito entre os seres humanos. Se existisse, esta data simbólica, não existiria também.
Por que Dia dos Direitos dos Homossexuais?
Porque "parece" pecado, errado, expressar seus sentimentos como quiser, como desejar; sentir.
Por que Dia das Mulheres?
Por que não Dia dos Homens?
Por que as mulheres têm que ter uma data?
Como se fossem diferentes dos outros humanos.
Por que mulheres têm que sentar-se enquanto homens têm que ceder seu lugar?
Por que mulheres não "podem" segurar sacolas pesadas?
Se carregam por nove meses seu filho dentro do próprio corpo.
Por que mulheres quando são importantes, inteligentes e providas de capacidades "consideradas masculinas" merecem reconhecimento especial?
Por que mulher tem que ser sempre a compreensiva?
Por que mulheres têm que ser mais educadas, vaidosas, comportadas?
Por que mulheres não "podem" simplesmente serem mulheres?
Por que mulheres não "podem" arrotar, peidar, falar palavrões, sentarem de pernas abertas, falar de bagaceirices?
Porque o mundo é dos "homens", e foram eles quem sempre inventaram as regras.
Pois as regras foram inventadas há muitos séculos, e há muitos séculos, lá atrás, mulheres não eram nada.
Mas agora as mulheres se fragaram que também podem pensar, criar, inventar, inovar, serem podres, excêntricas, artistas, fortes, e por que não, feministas?
Mulheres não são apenas cozinheiras de barrigas quentes à frente de fogões sujos, gordurentos, são humanas com desejos e inteligência.
Mulheres dão à vida.
Mulheres não são menores, nem piores, nem melhores, são mulheres, com seios, vagina.
Não precisam de um dia para sentirem-se importantes.
Sabem o que são.

Sinara Dutra