sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Desistir

Sim, desisti! Não vou me render a disputas pequenas. Não falo mais com quem não me entende. Desisti, também, de tentar fazer-me clara e sensata. Assim, como salvar a verdade, com real intenção de propagar o certo.
Desisto de ser a correta, ao entrar e sair do lado certo da porta do trem. De achar que estou dando o exemplo com meus atos, e que as pesssoas estão olhando como ajo, e aprendendo algo. Porque reparam nas coisas ao seu redor, e tentam melhorar, como eu. Porque querem ser melhores, ou ao menos, mais justos, como eu tento, sempre. E que se espelham em quaisquer coisas vistas ao longo de um dia, enquanto dirigem seus carros para o trabalho, seguram-se firmes nos ônibus, navegam na internet ou conversam numa praça.
Desisti, sem culpa, de acreditar que o homem vale a pena. Quando ligo a televisão e assisto ao circo de horrores que produzem. Desisto de tentar ter esperança, ou de crer em algum deus que me ilumine, para fortalecer minha fraqueza de desistência. Para ser mais corajosa, e mais paciente, e mais persistente. Porque é assim que temos que ser.
Desisti.
Desisti, sem querer, de desistir de ser aquela que me desperta vontade de viver. Que se incomoda com a injustiça, e que não desiste de ser diferente apenas para ser igual. Porque é assim que consigo ser.
Enfim, de tudo, desisti, inclusive de desistir de desistir...

Nenhum comentário: