segunda-feira, 11 de julho de 2011

Eu em mim

Às vezes, tento me achar dentro de mim. Parece que eu me perco, quando me dou na telha, dentro do meu corpo.
Fico horas, desesperada, tentando achar algum sorriso meu. E por dias, parece que resolvo tirar férias daqui. Vou pra sei lá onde. Fazer sei lá o quê.
Sempre que retorno em mim, desconheço meu corpo. Logo quero cortar o cabelo, usar roupas novas, falar outras gírias, sentir outros sabores. Compro outro celular, um computador, baixo uma música nova, e experimento uma outra cara. E me mudo um pouco mais outra vez.
Não sei, parece que enjoo de mim. Da minha voz, do meu jeito de pensar. Tomo porre de mim ao ponto de eu me detestar e fugir.
Boto na mochila a bagagem de anos, e sobre os ombros carrego minha vida inteira pelas estradas.
Mas aí vem as noites solitárias, de céu estrelado, brisa suave, clima agradável, e eu recordo dos sonhos passados. Sou eu, bem novinha, sonhos imaturos e sãos; um brilho nos olhos empolgante e muita coragem de ser quem eu sou. E então estou de volta em casa, a velha e boa casa que abriga minha alma.
Um lar modesto, sem luxo, mas com uma imensa varanda que me abriga do sereno quando resolvo dormir olhando as estrelas. Com flores do campo plantados no jardim, que me fazem ver a beleza do mudo além dos horrores do homem.
Essa sou eu, mais uma vez. Unida comigo mesma. Conectada comigo. Eu e meus sentimentos. Confusos. Tímidos. Profundos.
Eu, reinventada a cada dia.. Renovada a cada instante.
Movida por uma vontade absurda de ser, cada vez mais, e definitivamente, feliz.
Simples assim.

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