sexta-feira, 3 de abril de 2009


Depoimento de uma, ainda, sobrevivente:


Podem ter certeza, mais do que quase ninguém, também sei como é estar (ou viver?) numa pilha. Sempre esbagaçada... com a cabeça dolorida de tanto pensar nas merdas da vida... eu chego em casa do trabalho e da aula, com a cabeça podre... e apago, simplesmente.


Às vezes, tenho a nítida sensação de que a minha cabeça É podre. Não serve para nada. Inútil.


Sinto-me a legítima "Sofrenilda" - quando consigo vislumbrar um tempinho legal, uma semaninha que "promete" um encontrinho "libertador" com os amigos, acaba sempre havendo um grandessíssimo complô universal arranjando tudo para que não aconteça o tal momento libertador.


Então, eu continuo mais uma semana frustrada, cansada, fodida, esbagaçada, confusa, perdida, angustiada, toda tensa e covarde, mas, sei lá o porquê, com uma maldita e filha da puta esperança de ainda conseguir fazer alguma coisa.


Também me sinto humilhada... e burra... e feia...
Meus colegas são todos inteligentíssimos, verdadeiros gênios, que lêem uma vez um texto de alta complexidade e já saem debatendo... e eu fico me perguntando: "como é que eles entenderam isso????
E como tem mulher bonita em Porto Alegre, né??! Que desgraça! Se eu tivesse nascido no RJ, seria bem mais vantajoso.
E mais: além de ter que acordar todo dia às 6h15min da porra da manhã (manhã...???? Madrugada!), ter que almoçar como um estivador que não almoça há um mês, chegar na aula bufando (e quase regurgitando), passar quase 3 horas por dia no ônibus, ganhar 300 pilas por mês (o que a gente faz com 300 merrécas???), ainda por cima tenho que ouvir de mané playboy que eu "não me dedico mais ao curso porque não quero”.


Ah... sem falar nas constantes dores de barriga e flatulências indesejáveis e extremamente desconfortáveis.


Alguém.